De acordo com estudo realizado pela Anjuss em diversas regiões do país, segmentos como política, mídia e educação foram os mais mencionados

Política, mídia e educação são as áreas que mais carecem de representação da identidade ou da comunidade no Brasil, segundo os resultados de uma pesquisa inédita conduzida em diversas regiões pela empresa Anjuss. Realizado com 1.086 pessoas, o estudo joga luz sobre a percepção de representação em vários segmentos, inclusive no mercado de trabalho e no empreendedorismo.

De acordo com o levantamento, 27,6% das respostas (300 entrevistados, ao todo) apontam a política como um dos principais setores do país em que há falta significativa de representação da identidade ou da comunidade.

Vale lembrar que o artigo 216 da Constituição Federal estabelece que se apresentam como “patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade”.

Outra referência importante da Carta Magna de 1988 consiste no reforço ao trabalho dos conselhos de políticas públicas, que buscam assegurar a participação dos brasileiros nas políticas e ajudam a implementar atuações de segmentos historicamente excluídos dos espaços de decisão.

A pesquisa da Anjuss também indica carência de representação da identidade ou da comunidade na mídia (TV, filmes e jornalismo) para 24,3% dos respondentes (264 entrevistados). Além disso, 23,7% das pessoas assinalaram a educação como uma área com maior necessidade de representação no país.

No total, 28,1% das pessoas (305 respondentes) opinam que não falta representação da comunidade ou da identidade em nenhum segmento mencionado no levantamento. Para moda, o porcentual chega a 15,1%, enquanto a proporção para artes e entretenimento soma 12,5%. Os resultados para as demais áreas podem ser verificados no gráfico abaixo.

Mercado de trabalho e empreendedorismo

O estudo da Anjuss também traz dados sobre como a representação da identidade ou da comunidade no empreendedorismo/ambiente profissional é percebida pelos 1.086 respondentes. A maior parcela avalia que esses segmentos são parcialmente inclusivos e representativos da diversidade da população: 58%.

Para 23,3% dos participantes da pesquisa, a representação da identidade ou da comunidade raramente ocorre no país. Já 12,4% analisam que o mercado de trabalho e o empreendedorismo são completamente representativos e inclusivos da diversidade dos brasileiros, enquanto 6% destacam que não há representatividade de nenhuma forma. Por fim, 0,3% não respondeu.

Representação por segmento da sociedade

No aspecto individual, perguntados sobre quais segmentos da sociedade mais os representam, os entrevistados pelo levantamento da Anjuss listam os seguintes como os mais relevantes: música (64,7%), família (47,9%), moda (47,4%) e esportes (38,4%).

Artistas (36,3%), profissão (20,2%), religião (17,3%) e projetos sociais (15,2%) aparecem na sequência de setores com maior impressão de representatividade entre os respondentes. Confira, a seguir, a lista completa para o tópico.

Mundo da moda

De acordo com o estudo, 49,7% dos entrevistados afirmam que se sentem “muito bem representados” nas marcas encontradas atualmente no mercado, enquanto 30,9% se consideram “um pouco representados”. Por outro lado, os que não disseram “não buscar representação de marca” somam 8,3%. 

Já as pessoas que se consideram “não muito bem representadas” chegam a 7,6%. Além disso, o porcentual de 0,6% “não se sente representado de nenhuma forma” – e 2,9% não opinaram.

A pesquisa.

Essa pesquisa foi realizada de forma on-line do dia 15 de março a 01 de abril de 2024 e obteve 935 respostas. O levantamento contou com pesquisas de múltipla escolha e não continha nenhuma limitação de região, faixa etária ou critério econômico ou social.