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21/jun
Em
Dê Rolê com a Anjuss
Hoje é um dia muito especial para os amantes de manobras, pois é comemorado o Dia Mundial do Skate! A data foi criada em 2004 pela IASC (Internacional Association of Skateboards Companies) e é celebrada em mais de 10 países diferentes. Esse dia é um grande marco para os praticantes do esporte, afinal de contas, não foi fácil conseguir reconhecimento e chegar até aqui.
Atualmente o skate é reconhecido como o segundo esporte com mais praticantes no país, perdendo apenas para o futebol. Conquistar o respeito através das manobras foi um trabalho duro. Vitórias brasileiras no exterior, ajudaram a construir o respeito do qual o skate tem atualmente, inclusive tendo sua tão aguardada espera nas Olimpíadas de Tóquio, que foram adiadas por conta da pandemia. Já que hoje é uma data para celebrar um marco histórico, vamos de história?! Vem com a gente descobrir como é que surgiu o skate no Brasil!
Aqui o skate chegou nos anos 60, e veio primeiro para o Rio de Janeiro, provavelmente trazidos por filhos de norte americanos e por poucos brasileiros que viajaram para os EUA naquela época, principalmente por quem estava começando a surfar no Brasil. Incentivados pelos anúncios da revista norte americana Surfer, o Surfinho (como era chamado na época) era feito de eixos de patins com rodas de borracha ou ferro pregados numa madeira qualquer.
Na década de 70 tivemos o primeiro boom de skate no Brasil. Os primeiros skatistas praticavam nas ladeiras do Rio de Janeiro ou nas praças de São Paulo. A divulgação da prática na revista Pop, a principal voltada ao público jovem em 1972, ajudou a popularizar o esporte. Já no meio da década, muitas empresas brasileiras comercializavam skates.
A primeira pista de skate da América Latina foi construída no Brasil, em Nova Iguaçu (RJ) no final de 1976. Nessa época também aconteceram as primeiras publicações especializadas nacionais como a revista Esqueite em 1977, revista Brasil Skate em 1978, Jornal do Skate de 1978/79.
As primeiras competições de skate do Brasil foram no Rio de Janeiro e São Paulo, também tivemos o Campeonato Brasileiro em Florianópolis (SC) em 1978, o primeiro campeonato de Downhill Speed do país em Belo Horizonte em 1978 e o Circuito Hering em 1979 com etapas em Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro. Em 1977, tivemos a primeira equipe brasileira que foi aos EUA para competir em Ocean Beach, chamada DM Skateboards.
Foi nessa década que construíram as pistas em São Paulo, no Rio de Janeiro, no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, no Paraná (a Pista do Gaúcho em Curitiba) e na Paraíba. No final da década de 70, o skate decaiu devido aos fabricantes terem migrado para o patins e bmx. Não havia mais peças para comercialização, investimentos em skatistas e campeonatos, o que desestimulou a maioria dos praticantes.
No início da década de 80 a modalidade quase desapareceu, ela só sobreviveu graças aos poucos praticantes que construíram rampas particulares. A marquise do Parque Ibirapuera em São Paulo reunia os praticantes de Freestyle, tornando lá um reduto do skate paulistano. Nessa época também surgiram pistas em vários outros locais do Brasil. Inclusive a pista do Ambiental de Curitiba, que foi construída em 1984.
Em 1988, um episódio marcou a história de São Paulo, o presidente, Jânio Quadros, proibiu andar de skate no Parque do Ibirapuera. Após uma passeata de protesto dos skatistas, ele acabou proibindo a prática em toda a cidade de São Paulo. Também nesse ano, aconteceu a primeira reportagem sobre o skate brasileiro na conceituada revista Transworld.
ma equipe brasileira foi à Alemanha em 1989, para disputar o Campeonato Mundial, o resultado foi impressionante, Lincoln Ueda levou o quarto lugar na categoria Profissional, a melhor classificação de um brasileiro em todos os tempos até então. A segunda metade da década foi um período de grande desenvolvimento e evolução do skate no Brasil, muita gente tinha a esperança de que o futuro da prática seria próspero, com um novo boom da modalidade.
Em 1990, o skate entrou novamente em decadência devido ao Plano Collor, que estragou todo o excelente desenvolvimento do Skate nacional, fazendo com que diversas empresas falissem, inclusive fez com que todas as revistas especializadas e os investimentos no skate encerrarem da noite para o dia. Mesmo com as dificuldades econômicas do início da década, nos anos 90 o skate se consolidou e se profissionalizou no país. Nessa época centenas de pistas de skate foram construídas pelo Brasil, inclusive a da Maha em Curitiba, em 1995.
Foram realizados diversos campeonatos de todos os tamanhos pelo Brasil inteiro. Inclusive, os primeiros profissionais estrangeiros como Omar Hassan, Brian Patch, Billy Rohan, Max Schaff, entre muitos outros, vieram competir no Brasil.
Nessa época os brasileiros começaram a marcar presença nos melhores eventos mundiais, e o skate brasileiro também foi consagrado como um dos melhores do mundo. O brasileiro Bob Burnquist foi eleito o Skatista do Ano de 1997, pela conceituada revista Thrasher.
A partir de 2000 o Circuito Brasileiro de Skate foi organizado pela CBSk com etapas em várias cidades do país, inclusive em Curitiba. Diversos outros campeonatos aconteceram no Brasil em várias cidades durante toda a década.
Em 2002 Bob Burnquist recebeu o Prêmio “Laureaus Awards” de Atleta do ano de todas as modalidades esportivas e ainda venceu o desafio King of Skate. Burnquist também foi escolhido como skatista do ano pela Transwolrd em 2007. Outra novidade boa aconteceu depois da articulação da CBSk por dois anos com o Ministério do Esporte, o programa federal Bolsa Atleta começou a beneficiar skatistas a partir de 2008 pagando bolsas mensais.
A CemporcentoSkate publicou o Guia de Pistas em 2002 dizendo que existia na época 427 pistas de Skate no Brasil, novamente em 2004 onde aumentaram para 721 pistas e em 2006 com 1.024 pistas, crescimento de 116% em quatro anos.
Em 2004 a CBSk começou a controlar a profissionalização de amadores estabelecendo parâmetros, a partir de 2006, através de análises e aprovação de Comitês dos profissionais de cada modalidade. Já nessa década diversos skatistas brasileiros foram morar no exterior e foram patrocinados por empresas internacionais.
Entre altos e baixos, os skatistas brasileiros não se deixaram abalar! Foi pelo amor ao esporte que o skate chegou até aqui no Brasil. Nós da Anjuss, admiramos e apoiamos tudo o que a rua nos traz, e é claro que não podemos deixar de mencionar e homenagear nosso embaixador e skatista profissional, Heverton Freitas!
O skate é mais do que esporte, lazer e meio de transporte, o skate é uma manifestação cultural. Uma cultura que envolve hábito, comportamento, moda, lazer, sociabilidade, identidade, um estilo de vida Anjuss. Na nossa loja, você encontra tudo o que precisa para andar de skate no style, inclusive, também temos shapes irados esperando você aqui!