Dia 27 de Março é comemorado o dia do Grafitti, que foi criado informalmente em 1988, em homenagem a um dos pioneiros da arte de rua, Alex Vallauri, falecido em 27 de março de 1987.

“Enfeitar a cidade, transformar o urbano com uma arte viva, popular, da qual as pessoas participem, é a minha intenção.” (Alex Vallauri)

Arte de Alex Valluari

Esse dia simboliza história, cor, linguagem, textura, arte, intervenção, protesto, provocação e liberdade de expressão. Hoje em dia o grafitti está consolidado na vida urbana, já faz parte da identidade visual das cidades dando vida ao que não tem cor.

Se parar para pensar, a história do grafitti é tão antiga quanto a da humanidade. Antes de existir a escrita e até mesmo a fala, as paredes das cavernas já comunicavam fatos a partir de desenhos das situações vividas. A arte ou pintura rupestre nos leva ao período pré-histórico, ou seja, pintar paredes sempre esteve presente em nossa história!

Com o avanço da civilização, as manifestações artísticas progrediram, levando à evolução do graffiti. Um marco histórico para essa arte foi em 1968, que fez o grafitti popular no mundo todo a partir de uma revolução política e cultural, onde os muros de Paris foram tomados por escritas poéticas de revolução.

Depois disso, a popularização do grafitti tomou forma nas ruas de Nova York, e aí pronto. Dominou o mundo! No Brasil, mais fortemente em São Paulo, surgiu na década de 1970. Primeiro através das pichações poéticas e depois com a stencil art. Já nos anos 90, o graffiti ampliou sua presença para as periferias sendo um dos pilares do movimento hip-hop.

A arte acima é da dupla de irmãos gêmeos grafiteiros de São Paulo, Os Gêmeos, que não só dominaram o Brasil como o mundo, tendo seus trabalhos presentes em diferentes cidades dos Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Grécia, Cuba, entre outros países.

A Anjuss veio das ruas, acredita nos movimentos artísticos que nasceram dela, e é claro que temos alguém a homenagear nesse dia tão cheio de cor e significado! Por isso, iremos contar a história do Francês, um grafiteiro com muita arte para mostrar!

@frances_tudo_posso

François Ramalho, mais conhecido como Francês, tem 40 anos e iniciou no grafitti em 1996 rabiscando os muros de Curitiba. Amante da arte desde pequeno, onde tudo em volta virava desenho, teve o primeiro contato com o grafitti nas pistas de skate.

“Autodidata, na época de colégio rabiscava as carteiras arriscando os primeiros desenhos, criações próprias vindas de observação do mundo onde eu vivia, calças largas, estilo grunge, camisas grandes, um gorro na cabeça e o tênis cheio de silvertape, era como se fossem meus amigos imaginários. Quando pegava no lápis e papel automaticamente nasciam 3 ou 4 personagens nesse estilo, me lembro que até dava nome para eles.”

@frances_tudo_posso

“Um dia fui para a pista de skate do Jardim Ambiental, minha segunda casa, onde vi alguns amigos com uma lata de spray. Foi amor à primeira vista! Quando a lata caiu na minha mão, já saiu o primeiro traço, todo torto, linhas grossas pulverizadas, o coração a mil, uma adrenalina que nunca tinha sentido antes. Depois disso nunca mais parei! O que para uns foi brincadeira, pra mim a partir dali foi minha vida.”

@frances_tudo_posso

O tempo foi passando e Francês foi se desenvolvendo na arte, mesmo com muita dificuldade para viver dela e pouco orçamento para tal, ele nunca desistiu. Com a facilidade que a internet e as revistas trouxeram para a caminhada de Francês, ele começou a criar portfólio de desenhos. A visão e o desenvolvimento da arte foram expandido e ele começou a levar o grafitti como profissão.

@frances_tudo_posso

“Graças a tudo que vivi e venci, hoje sou Coordenador da Central Única das Favelas (CUFAPR) onde dou palestras, oficinas e levo um pouco da cultura de rua para as favelas de Curitiba, também sou grato por fazer parte dessa família que venho seguindo e crescendo com ela desde pequeno, Anjuss, obrigado por tudo!”

E quem agradece somos nós, por ter o Francês como parte da Família Anjuss! Segue esse cara lá nas redes sociais e conheça um pouco mais do seu trabalho @frances

Anjuss, das ruas para as ruas.